Assunto: Bioma da Caatinga

     Escola Municipal Hermenegildo B. de Oliveira -  Assú-RN

Série: 7º ano vespertino

Professor: Itamiram Alves (iram)

Data: 10/07/2020

Carga Horária: 03 horas aulas

             

                          

                            

           Assunto: Caatinga 

              

 A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, ocupando, aproximadamente, uma área de 734.478 km2, que corresponde a cerca de 70% da Região Nordeste e 11% do território nacional. O nome “Caatinga” possui origem tupi-guarani e significa “floresta branca”. Essa denominação representa as características da vegetação desse ecossistema, cujas folhas caem no período da seca.

 

Características da Caatinga

A Caatinga apresenta diversas particularidades, principalmente em relação à adaptação climática das plantas e animais. Esse bioma é afetado por secas extremas e períodos de estiagem, característicos do clima semiárido. Por essa razão, a vegetação precisou desenvolver mecanismos de sobrevivência em razão da pouca disponibilidade de água. A fauna é bastante diversificada e também é marcada pelas adaptações ao clima, como as recorrentes migrações nos períodos de estiagem.

→ Localização

A Caatinga localiza-se na Região Nordeste do Brasil e compreende os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Também ocorre em algumas faixas da Região Sudeste que ficam ao norte do estado de Minas Gerais.

Localização da Caatinga no Brasil
A Caatinga localiza-se principalmente na região Nordeste, abrangendo nove estados.

 

→ Clima

O clima que compreende a região da Caatinga é o tropical semiárido. Esse clima é marcado por longos períodos de estiagem, isto é, sem chuvas. O índice pluviométrico é abaixo dos 800 mm/ano. As temperaturas são geralmente elevadas, com uma média de 27 ºC, podendo alcançar números maiores, superiores a 32 ºC. Durante o período de chuva, os índices pluviométricos podem atingir os 1000 mm/ano. Já nos períodos mais secos, há uma baixa, chegando a 200 mm/ano.

 

→ Vegetação

A vegetação da Caatinga apresenta características de adaptação ao longo período de seca e grande diversidade de espécies vegetais, muitas delas endêmicas (desenvolvem-se apenas nessa região). A vegetação da Caatinga apresenta três estratos:

1.    arbóreo: com espécies que variam entre 8 e 12 metros de altura;

2.    arbustivo: com espécies que variam entre 2 e 5 metros de altura;

3.    herbáceo: com espécies com altura abaixo de 2 metros.

As principais características da vegetação são árvores baixas, troncos tortuosos e que apresentam espinhos e folhas que caem no período da seca (com exceção de algumas espécies, como o juazeiro). O cair das folhas é um mecanismo para evitar a perda excessiva de água e também diminuir a ocorrência de processos fotossintéticos para que as plantas entrem em estágio de economia de energia. Outra característica marcante é que as raízes das plantas cobrem o solo para que seja possível armazenar água durante o período de chuva.

Algumas espécies de cactáceas, como o mandacaru, apresentam uma característica peculiar: suas folhas são modificadas em espinhos para evitar que a planta perca água pelo processo de transpiração. Os espinhos são também um mecanismo de defesa dessas plantas a fim de evitar que animais alimentem-se delas.

Vale dizer também que os cactos, que compõem a formação vegetal desse bioma, apresentam grande capacidade de armazenamento de água. Há também plantas que apresentam em suas folhas uma espécie de cera para evitar também a perda de água.

Outra característica marcante das espécies vegetais encontradas na Caatinga é a capacidade de algumas plantas de realizar fotossíntese e produzir nutrientes mesmo que não apresentam folhas. Isso se deve ao fato de que essas espécies possuem caule verde com células constituídas por clorofila, que é o pigmento responsável por captar a luz e garantir que organismos consigam produzir seu alimento por meio da fotossíntese.

Destacam-se na Caatinga as seguintes espécies de vegetação:

bromélias

xique-xique

mandacaru

embiratanha

acácia

juazeiro

macambira

maniçoba

umbu

mimosa

 

→ Flora

O mandacaru é uma espécie de cacto da flora da Caatinga

 

A flora da Caatinga é bastante diversificada. O período de floração varia conforme a região, o regime de chuvas e a qualidade dos solos. Segundo a Embrapa, a Caatinga apresenta cerca de 1.981 espécies de plantas. Destacam-se os cactos, como o mandacaru e xique-xique; as bromélias, como a macambira; e as leguminosas, como a catingueira.

Características de algumas espécies da flora da caatinga

 

Cumaru: espécie de planta adaptada à maior parte dos solos, especialmente aos solos arenosos e profundos. Apresenta caules que soltam lascas finas, deixando à mostra a camada mais nova, que possui coloração verde. Essa espécie corre risco de ser extinta por causa da grande exploração.

Ipê-roxo: espécie de planta cujo nome representa a coloração das suas flores. Durante a sua floração, a planta perde as folhas, ficando em destaque as flores, que formam densos buquês. Por causa da grande procura dessa espécie para ornamentação, dada a sua exuberância, está ameaçada de extinção.

Juazeiro: espécie de planta cujas folhas permanecem verdes no período de seca por ter raízes que captam umidade no subsolo. É uma das poucas espécies que não perdem suas folhas durante a estiagem. Pode atingir até 16 metros.

Macambira: espécie de bromélia que se desenvolve sob a exposição do sol. Apresenta folhas suculentas, que são utilizadas para alimentação de gado e também para produção de farinha e pirão. Seu talo é bastante utilizado para revestir telhados.

 

→ Fauna

A fauna da Caatinga é bastante diversificada, mas não tão conhecida, havendo diversas espécies de animais endêmicos. Os animais que se encontram na região abrangida por esse bioma apresentam características de adaptação ao clima, assim como as plantas, como o desenvolvimento de hábitos noturnos, comportamentos migratórios e “hibernações" (capacidade de algumas espécies de lidar com condições climáticas hostis).

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Caatinga apresenta:

·         178 espécies de mamíferos;

·         591 espécies de aves;

·         117 espécies de répteis;

·         79 espécies de anfíbios;

·         241 espécies de peixes;

·         221 espécies de abelhas.

Dos animais encontrados nesse bioma, destacam-se:

ararinha-azul

sapo-cururu

onça-parda

macaco-prego

asa-branca

cotia

tatu-bola

sagui-do-nordeste

preá

tatu-peba

veado-catingueiro

sagui-do- nordeste

guigó-da-caatinga

jacaré-de-papo-amarelo

 

Quais são os “tipos de caatinga”?

 

Falar em “tipos de caatinga” não é adequado. O termo correto é fitofisionomias. São fitofisionomias da Caatinga:

1.    Caatinga arbórea: composta por florestas que apresentam árvores que podem atingir até 20 metros de altura.

2.    Caatinga arbustiva: composta por árvores baixas com até 8 metros de altura, como o xique-xique e a macambira.

3.    Mata seca: composta por florestas situadas próximo de encostas e topos de serras. As folhas permanecem, em sua maioria, no período de seca.

4.    Carrasco: composto por arbustos de caules finos e tortuosos. Essa fitofisionomia é típica da região oeste da Chapada do Ibiapaba, localizada entre os estados do Piauí e do Ceará, e do sul da Chapada do Araripe, localizada na divisa dos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco.

 

Desmatamento da Caatinga

 

Caatinga tem como principal característica o fato de ser o único bioma exclusivamente brasileiro. Mesmo assim, estudos divulgados pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Cerrado e Caatinga (CECAT) alertam que esse é o domínio florestal menos conhecido cientificamente da América do Sul, tanto em termos geográficos quanto em observações biológicas. De toda forma, à medida que as pesquisas sobre o bioma avançam, mais se descobre que ele é um ambiente natural mais rico em biodiversidade do que se pensava.

Embora tenha uma grande importância para as condições naturais da região do Nordeste brasileiro, a caatinga vem sendo desmatada sobremaneira ao longo dos últimos anos. Segundo pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, cerca de 45% dos 734.478 km² originais de sua vegetação foram desmatados até o ano de 2010. No ano de 2015, um estudo mais aprofundado revelou que há uma proporção de 40% de Caatinga Preservada para 45% de Caatinga Degradada, 7,2% de Solo Exposto, 6,5% de lavoura e 0,7% de corpos d’água. Entre as áreas degradadas, cabe destaque para o espaço nos territórios do Alagoas, Ceará, Bahia e Pernambuco.

A vegetação desse domínio natural possui um alto poder calorífico, sendo bastante adequada para a utilização como lenha. Essa característica, associada à grande necessidade energética de uma região que sofre com a falta de investimentos e de presença do Estado, é a principal causa do desmatamento da Caatinga. Estima-se que 30% da energia utilizada pelas indústrias locais advenham dessa prática de extração da lenha da vegetação do semiárido.

Se considerarmos apenas o estado de Pernambuco, de acordo com dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), cerca de 260 mil caminhões com lenha advinda da caatinga são transportados para atender a demanda energética da região. Ainda segundo o órgão, existe certo mito em pensar que a população de baixa renda e os pequenos agricultores são os responsáveis principais pelo desmatamento em questão. Trata-se de um problema energético associado à atuação ineficaz do Estado, tanto na permissão de atividades desse tipo quanto na não fiscalização adequada de práticas ilícitas.

Os efeitos do desmatamento da Caatinga são diversos, em razão da importância da vegetação para a região que ocupa. Além disso, existem indícios ainda não comprovados de que a Caatinga possa ser mais eficiente na absorção de gás carbônico na atmosfera do que as florestas tropicais, haja vista que essas últimas produzem uma quantidade de CO2 mais ou menos equivalente ao que absorvem.

 

Outra consequência do desmatamento da Caatinga é a desertificação. Sabe-se que nas regiões de clima mais quente e com pouca precipitação, o que se verifica em algumas das áreas ocupadas por esse bioma, a tendência de desertificação é alta em virtude da desidratação dos solos ocasionada pelo elevado índice de evaporação. Com a remoção da vegetação, o problema é intensificado, além de tornar os solos mais expostos e, por isso, altamente propensos a erosões e outros problemas ambientais, como a salinização.

 

Em resposta a essa problemática, o Ministério do Meio Ambiente elaborou um planejamento para combater o desmatamento local por meio da criação do PPCaatinga (Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Caatinga). O objetivo é a criação de um planejamento que vise reduzir a degradação crescente da vegetação e que leve em consideração as particularidades fitogeográficas da Caatinga. Além disso, estão sendo elaboradas iniciativas para reflorestamento, recuperação dos solos e das bacias hidrográficas da região, principalmente o semiárido do chamado “polígono das secas”.

 

De toda forma, é preciso também que o governo nas esferas municipais, estaduais e federal opte por ações de planejamento que visem diversificar as fontes de energia locais – sendo essa uma região com elevado potencial para a produção de energia solar e eólica – e priorizar a sustentabilidade da região. Falar em desenvolvimento sustentável é falar em manter o crescimento econômico sem diminuir a disponibilidade de recursos naturais e as áreas de preservação disponíveis.



Por Me. Rodolfo Alves Pena

 

                                       Trabalho individual – (2,0 pontos)

 Nome completo:­­­­­­­­­­_______________________________________

Ano: 7º         Data de entrega: 17/07/2020

Formação vegetal do Brasil

Pesquise as características do domínio morfoclimático da Caatinga nordestina.

1)    A Localização

 2)    A adversidade de espécies animais presentes no domínio

  3)    Tipos de vegetação predominante da caatinga

  4)    Relacionem as principais ameaças à sua preservação

  5)    Captar imagem (fotos) do sertão nordestino

Valorize a sua região enviando quantas fotos você puder

 


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