Escola Municipal Hermenegildo B. de Oliveira
Série: 7º ano do vespertino – Aula: 19
Professor: Itamiram Alves (Iram)
Data: 06/11/2020
Carga horária: 03 horas
aulas
Até 1950 o Brasil era um país de
população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas
estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A
partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país
condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização,
também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores,
como a concentração fundiária e a mecanização do campo.
Educação: Acompanhe todo o
processo de industrialização no Brasil!
Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de
1950 que o processo de urbanização se intensificou, pois com a industrialização
promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um
mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do
país, região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a que
concentrava o maior número de indústrias.
Gráfico com taxa de urbanização
(Foto: IBGE)
A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já
se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços, como
saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a população rural
aumentou cerca de 12%, enquanto que a população urbana passou de 13 milhões de
habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de 1.000%.
DESIGUALDADES
As desigualdades econômicas e a
dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional,
possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das
regiões brasileiras.
A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a
que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da
região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a
região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A
partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma superioridade de
habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural.
Na região Centro-Oeste, o
processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em
1960, que atraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das
regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de
1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país.
Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE)
|
Região |
1940 |
1950 |
1960 |
1970 |
1980 |
1991 |
2000 |
2007 |
2010 |
|
Brasil |
31,24 |
36,16 |
44,67 |
55,92 |
67,59 |
75,59 |
81,23 |
83,48 |
84,36 |
|
Norte |
27,75 |
31,49 |
37,38 |
45,13 |
51,65 |
59,05 |
69,83 |
76,43 |
73,53 |
|
Nordeste |
23,42 |
26,4 |
33,89 |
41,81 |
50,46 |
60,65 |
69,04 |
71,76 |
73,13 |
|
Sudeste |
39,42 |
47,55 |
57 |
72,68 |
82,81 |
88,02 |
90,52 |
92,03 |
92,95 |
|
Sul |
27,73 |
29,5 |
37,1 |
44,27 |
62,41 |
74,12 |
80,94 |
82,9 |
84,93 |
|
Centro Oeste |
21,52 |
24,38 |
34,22 |
48,04 |
67,79 |
81,28 |
86,73 |
86,81 |
88,8 |
A urbanização
na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características
econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um
número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.
A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil.
Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que dessa região partiram várias
correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno
desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua
própria população rural.
Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém
a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para
outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional
diminuísse.
Mapa com grau de urbanização.
(Foto: IBGE)
PROBLEMAS URBANOS
O rápido e desordenado processo de urbanização
ocorrido no Brasil irá trazer uma série de consequências, e em sua maior parte
negativas. A falta de planejamento urbano e de uma política econômica menos
concentradora irá contribuir para a ocorrência dos seguintes problemas:
Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como
Rio de Janeiro e São Paulo, serão fruto do grande fluxo migratório em direção
às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política
habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no
Brasil.
Violência Urbana – Mesmo com o crescimento industrial do país e com a grande
oferta de emprego nas cidades do sudeste, não havia oportunidades de emprego o
bastante para o grande fluxo populacional que havia se deslocado em um curto
espaço de tempo. Por essa razão, o número de desempregados também era grande, o
que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência
relacionadas às áreas urbanas.
Poluição – O grande número de
indústrias, automóveis e de habitantes vai impactar o aumento das emissões de
gases poluentes, assim como com a contaminação dos lençóis freáticos e rios dos
principais centros urbanos.
Enchentes – A impermeabilização do solo pelo asfaltamento e edificações,
associado ao desmatamento e ao lixo industrial e residencial, fazem com que o
problemas das enchentes seja algo comum nas grandes cidades brasileiras.
Atividade
– 19
Nome completo:____________________________________
Série: 7º
ano Turma:_______ Data de entrega:
13/11/2020
Marque a opção correta
1) Assinale a alternativa que não cita um dos fatores que contribuíram
para a intensificação da urbanização brasileira ao longo do século XX:
a) ) Execução de políticas públicas voltadas apenas para a
população das cidades
b) A revolução verde e o consequente processo de mecanização do
campo
c) Expansão do processo de industrialização do país
d) Aumento das desigualdades e da concentração fundiária no meio
rural
2) Nos países industrializados, a migração campo-cidade tem como
causa fundamental:
a) carência de melhores condições sociais no campo.
b) baixa produtividade agrícola.
c) pressão demográfica no campo.
d) liberação de mão-de-obra pela mecanização.
3) A intensa e acelerada urbanização brasileira resultou em sérios
problemas sociais urbanos, entre os quais podemos destacar:
a) Falta de infraestrutura, limitações das liberdades individuais
e altas condições de vida nos centros urbanos.
b) Acentuado êxodo rural, mudanças no destino das correntes
migratórias e aumento no número de favelas e cortiços.
c) Conflitos e violência urbana, luta pela posse da terra e
acentuado êxodo rural.
d) Aumento do número de favelas e cortiços, falta de
infraestrutura e todas as formas de violência
4) Dos estudos sobre a urbanização no Brasil sabemos que:
a) O crescimento urbano depende do crescimento rural.
b) São Paulo e Rio de Janeiro funcionam como
metrópoles nacionais, pois exercem influência sobre todo o território
brasileiro.
c) Não existe em nosso crescimento urbano o fenômeno da
conurbação.
d) Os movimentos pendulares não ocorrem em nossos centros urbanos.