Geografia 7º ano
1. O mar territorial brasileiro
1.1. A ponderação sobre 200 milhas
No final da década de 60, observava-se, no governo brasileiro, uma
tendência no sentido da ampliação do mar territorial para 200 milhas marítimas.2 Seria difícil
identificar o "homem de estado" autor da iniciativa de formação desse
consenso, de que participavam o Itamaraty, a Marinha e, evidentemente, a
Presidência da República.
O presidente Garrastazu Médici examinou a questão dentro de três
níveis de prioridade: soberania, economia e segurança. Na movimentação da
máquina federal, realizaram-se inúmeros estudos simultâneos. O Serviço Nacional
de Informações (SNI) levantou toda a faixa de interesses internacionais que
podiam ser envolvidos pelo aumento do mar territorial.
No "processo decisório", os dossiês carimbados com a
palavra confidencial eram analisados, enquanto ainda não havia uma opinião
final sobre o número de milhas a ser decretado. Cem, cento e cinqüenta ou
duzentas? Pelos interesses pesqueiros, 100 milhas bastavam, mas uma série de
pesquisas geológicas realizadas pela Petrobrás no litoral leste, próximo ao Rio
de Janeiro, revelou a existência de lençóis petrolíferos, em torno das 150
milhas. A imprecisão na localização desses lençóis fortaleceu a corrente que
defendia as 200 milhas.3
Essa medida cobria toda a plataforma continental brasileira,
chegando a ultrapassá-la em alguns trechos do litoral. No entanto, as sondagens
da Petrobrás representaram um bom exemplo da estratégia das 200 milhas: com 12
de mar territorial, o Brasil não teria maiores direitos sobre as jazidas. E
parece mais ou menos lógico que companhias internacionais poderiam adquirir
técnicas sofisticadas e aplicar sólidos investimentos na sua exploração, antes
que o país tivesse condições de fazê-lo.
A tarefa de redação do texto legal pelo qual se efetuaria a
ampliação do mar territorial foi confiada a um pequeno grupo de redação, que
elaborou um projeto de lei, posteriormente transformado em projeto de
Decreto-lei. Após sua aprovação pelo grupo de trabalho e, em seguida, pelos
Ministros das Relações Exteriores e da Marinha, o texto foi submetido à
consideração do Presidente da República, em 9 de março, com a exposição de
motivos conjunta DNU/56/502.72.4
O Presidente da República encaminhou o projeto de Decreto-lei aos
membros do Conselho de Segurança Nacional, que o aprovaram por unanimidade. No
dia 25 de março, assinou o Decreto-lei n.º 1.098, que "altera os limites
do mar territorial e dá outras providências". Submetido ao Congresso
Nacional pela Mensagem n.º 56, de 9 de abril, acompanhado da Exposição de
motivos n.º 011/70, do Secretário-Geral do Conselho de Segurança Nacional, o
Decreto-lei recebeu a aprovação do Poder Legislativo, após exames nas Comissões
competentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.5
Portanto, o decreto das 200 milhas, que pode parecer um ato de
agressividade ou de expansionismo, foi, sobretudo, a resultante de uma
fraqueza. A esquadra brasileira possuía 57 embarcações pesadas. A americana
alcançava esse número só com os seus submarinos atômicos e porta-aviões, e a
russa possuía 75 submarinos nucleares, à época.6
Aparentemente, o Brasil assumiu um compromisso impossível de ser
cumprido, ou seja, patrulhar 8.500 quilômetros de costa e uma superfície de
3.200.000 quilômetros quadrados de mar territorial.
Na realidade, essa dúvida era uma conseqüência da confusão entre a
capacidade de vigilância e extensão da soberania. Para a Marinha, o argumento
de que o Brasil não possuía força naval ou aero-terrestre que garantisse a
soberania brasileira sobre essa área marítima foi facilmente contestado, pois o
governo brasileiro também não possuía força terrestre capaz de policiar toda a
imensa fronteira terrestre e, nem por isso, tese de qualquer ordem propôs que a
fronteira fosse recuada para a região centro-oeste-sul do país com o propósito
de assegurar melhor defesa.
Até onde vai o território
do Brasil fora do continente?
Por Tiago
Jokura
O Brasil
controla, oficialmente, um território marítimo de 3,6 milhões de km2–
área maior do que as Regiões Nordeste, Sudeste e Sul juntas. Nesse pedação de
mar, denominado Zona Econômica Exclusiva (ZEE), o país monitora e orienta o
tráfego de embarcações e tem direito exclusivo de pesquisa e exploração
comercial dos recursos existentes na água e no subsolo (petróleo, gás natural,
frutos do mar etc.). Os limites atuais da ZEE foram definidos na Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito do Mar e só entraram em vigor em 1994. Mas, desde
2004, o Brasil luta pela ampliação dos nossos domínios, ampliando nossa ZEE
para 4,5 milhões de km2.
MAR
TERRITORIAL
O Brasil
tem soberania marítima e aérea em uma faixa que corre junto ao litoral com
largura de 22 km (12 milhas náuticas). Neste território e nos 22 km vizinhos
(zona contígua), o país pode fiscalizar embarcações e impor sua legislação
ZONA
ECONÔMICA EXCLUSIVA
O Brasil
é dono de todas as riquezas das águas e do subsolo até uma distância de 370 km
(200 milhas náuticas) a partir não só do continente mas também das suas ilhas.
Empresas e instituições de outros países precisam de concessão do governo
brasileiro para explorar esta área
MAR À
VISTA
Além de
poder explorar uma faixa de quase 400 km de largura ao longo dos seus 7.500 km
de litoral, o Brasil ainda tem exclusividade sobre áreas localizadas a até 1
500 km do continente graças a pequenas porções de terra, como o arquipélago de
Trindade e Martim Vaz, que pertencem ao país
NOVOS
LIMITES
A ONU
prevê que um país pode ampliar seus limites marítimos para além da ZEE, desde
que apresente bons argumentos técnicos. Desde 2005, o Brasil reivindica mais
960 mil km2de mar, considerando o alcance da sua plataforma
continental
O BURACO
É MAIS EMBAIXO
Cerca de
80% do petróleo consumido no Brasil vem do mar. A bacia de Campos, no Rio de
Janeiro, é responsável pela maior parte da produção nacional e abriga a
plataforma mais produtiva do país: a P-50, que extrai 180 mil barris
diariamente
EXPLORANDO
O TERRITÓRIO
Empresas
autorizadas a retirar e comercializar recursos do mar pagam taxas (royalties)
aos estados que controlam o território explorado. Por isso, a ZEE é toda
repartida entre os estados costeiros. Pelo mapa, você pode notar que Paraná e
Piauí, por alguma razão, levaram a pior no desenho das fronteiras marítimas.
Exercício
Nome
completo:__________________________________________________
Ano:
7º
Turma:________________________________________________
Marque a
alternativa correta
1 - A Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar instituiu
importantes diretrizes para o estabelecimento de um novo regime legal abrangente
para os mares e oceanos. Acerca do texto dessa convenção, julgue os itens que
se seguem.
Todo país tem
direito de fixar a extensão do seu mar territorial até um limite que não
ultrapasse vinte e quatro milhas marítimas medidas a partir das linhas de base
determinadas conforme a convenção.
( ) Certo ( ) Errado
2 - A Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar instituiu
importantes diretrizes para o estabelecimento de um novo regime legal
abrangente para os mares e oceanos. Acerca do texto dessa convenção, julgue os
itens que se seguem.
A
zona econômica exclusiva é situada além do mar territorial e a este adjacente,
não se estendendo além de 200 milhas marítimas das linhas de base, a partir das
quais se mede a extensão do mar territorial.
( ) Certo ( ) Errado
3
– Quantas kilometros de mar á dentro o Brasil é soberano?
4
– O Brasil controla, oficialmente, um território marítimo de 3,6
milhões de km2. Comente.
5 – Qual a maior das riquezas é explorada em 200
milhas de Mar Territorial do Brasil?
A área do que as regiões nordeste ,sudeste e Sul juntas
ResponderExcluirMas desde 2004 o Brasil luta pelo ampliação dos nossos do mínimos ampliado nosso ZEE para 4,5 milhoes de km
Nome:Wanderson Raimundo Rocha de Oliveira
ResponderExcluirSérie:7°Ano "2"
1-Errado
2-Correto
3-Em faixa de de 22 km de largura (12 milhas náuticas)
4-O brasil controla,oficialmente,um território marítimo de 3,6 milhões de km²- área maior do que as regiões Nordeste,sudeste e Sul juntas. Mas desde 2004,o Brasil luta pela ampliação dos nossos domínios,ampliando nossa ZEE para 4,5 milhões de km².