Concentração fundiária no Brasil

                 Escola Municipal Hermenegildo B. de Oliveira

Disciplina: Geografia

Série:  7º ano do vespertino – Aula: 26

Professor: Itamiram Alves (Iram)

Validade: 19 à 26/02/2021                      

Carga horária: 04 horas aulas 

                     Concentração fundiária no Brasil

O território brasileiro tem como uma de suas questões políticas internas mais debatidas a temática da concentração fundiária, ou seja, a posse não democrática da maior parte das terras no espaço rural do país. Em razão da intensiva concentração de renda, do estabelecimento de monoculturas voltadas para a exportação, além de uma série de fatores históricos, o campo brasileiro é altamente concentrado nas mãos de poucos proprietários. Observe o quadro a seguir:

Tabela elaborada pelo DIEESE a respeito da estrutura fundiária no Brasil ¹
Tabela elaborada pelo DIEESE a respeito da estrutura fundiária no Brasil ¹

Como é possível observar nos dados da estrutura fundiária brasileira, a maior parte dos estratos de área – 42,5% – encontra-se concentrada em 0,8% de imóveis, que apresentam uma área média de 6.185 hectares. Por outro lado, 33% dos imóveis apresentam uma área equivalente a 1,4% dos estratos de área ocupados, o que equivale a uma área média de apenas 4,7 hectares. Outros 25,4% dos imóveis apresentam uma área média de 16,2 hectares e ocupam 3,7% da área total do Brasil destinada à produção econômica no campo. Isso revela que há uma grande quantidade de terras sob posse de um número muito pequeno de pessoas.

 

No entanto, é um erro atribuir somente às políticas dos últimos anos o problema da concentração fundiária brasileira. Trata-se de um processo histórico que vem se perpetuando nos dias atuais e é frequentemente associado à questão da colonização do Brasil com a divisão da área ocupada pelos portugueses em Capitanias Hereditárias. Citam-se também as sesmarias (lei que distribuía as terras entre produtores, obrigando-os a nelas manter algum tipo de cultivo) e, posteriormente, a Lei de Terras de 1850, que agregou um grande valou ao solo e tornou as propriedades inacessíveis à população de baixa e média renda.

Em contrapartida, movimentos sociais do campo reuniram-se de forma mais organizada a partir da década de 1950, embora antes também existissem lutas pela democratização das posses no meio rural. Constituíram-se, nessa época, então, as chamadas Ligas Camponesas, que, até o início da ditadura militar, deram o rumo à luta pela terra no Brasil, inclusive apresentando um ousado modelo de reforma agrária, abalizado pelo então presidente João Goulart no ano de 1963, sendo este deposto logo em seguida pelo Golpe de 1964.

 

Durante o regime militar (1964-1984) foi elaborado o chamado Estatuto da Terra para melhor regulamentar a questão fundiária no país. No entanto, há muitas críticas direcionadas a essa lei, que, segundo alguns posicionamentos, pode ser considerada uma falsa tentativa de promover a reforma agrária, tendo como intuito principal a sua dificultação burocrática.

Mesmo posteriormente, com o fim da ditadura e a consolidação do Plano Nacional de Reforma Agrária em 1985, a questão pouco avançou, principalmente pela força de setores ruralistas, notadamente a UDR (União Democrática Ruralista) que conseguiu se sobrepor aos movimentos sociais do campo. Esses movimentos, nesse momento, tinham como principal representação o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que, através de ocupações de latifúndios rurais quase sempre improdutivos, tenta ainda hoje pressionar o governo pela execução completa da reforma agária.

 

Vale lembrar que reforma agrária não representa uma simples distribuição de terras, mas a viabilização para que os produtores possam nela produzir, com incentivos fiscais (tais quais os que alguns grandes produtores hoje recebem) e fornecimento de tecnologias, métodos e condições de cultivo. Ressalta-se também que a reforma agrária não é um consenso, havendo, por exemplo, aqueles ideólogos que argumentam que a sua implantação diminuiria a produtividade do agronegócio e das mercadorias de exportação do país. Trata-se, afinal, de um polêmico debate que vem se arrastando por muitos anos no Brasil sem encontrar um devido consenso.

 

                               

                                  

                                    Atividade – 26

Nome completo:____________________________________

Série: 7º   Turma:_______ Devolutiva: 26/02/2021

Marque a opção correta 

1 - A mecanização agrícola, a concentração fundiária e a mudança das relações de trabalho na agricultura brasileira foram responsáveis, EXCETO:

a) pelo intenso processo de êxodo rural.

b) pelo fim dos conflitos fundiários.    

c) pelo surgimento dos "bóias-frias"..

d) pela metropolização acelerada.

e) pelo fim do regime de colonato.

 

2 - (UNIFOR) Sobre a questão agrária brasileira, é correto afirmar:

a) Os conflitos pela terra no Brasil estão relacionados com o processo de concentração fundiária.     

b) Os grandes proprietários monopolizam a maioria das propriedades rurais, que são exploradas de forma intensiva.

c) Os pequenos proprietários de terras agrícolas possuem áreas suficientes para permitir vida decente e boa alimentação a suas famílias.

d) Com a expansão do capitalismo no campo, os grandes proprietários passaram a investir na agricultura para o mercado interno.

3 - O Brasil apresenta níveis elevados de concentração de renda e de terra. Entre as consequências desse fenômeno, podemos apontar vários fatos, EXCETO:

a) pressão, por parte dos movimentos sociais, para agilizar as desapropriações de terras com fins de reforma agrária.

b) privatização das estatais e aumento da presença, em nossa economia, de empresas multinacionais, provenientes, sobretudo, do Sudeste Asiático.

c) aumento da violência no campo e na cidade.

d) aumento dos movimentos sociais no campo e na cidade, dos quais são exemplos o movimento dos Sem-Terra e o dos Sem-Teto.

4 - "Nesta sub-região nordestina, a paisagem é marcada tradicionalmente pela presença de pequenas propriedades policultoras que empregam mão-de-obra familiar. Mas, nas últimas décadas, a pecuária tem se desenvolvido bastante provocando a concentração de terras, o aumento do desemprego rural e a emigração."

O texto se refere

a) à Zona da Mata.

b) ao Meio-Norte.

c) ao Agreste

d) ao sertão.

3 Comentários

  1. Aluno: Wanderson Raimundo Rocha de Oliveira
    Turma: 7°Ano "2"
    1.Letra B
    2.Letra A
    3. Letra A
    4.Letra B

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  2. MANUEL DA COSTA DANTAS7:2
    1 LETRA:B
    2 LETRA:A
    3 LETRA :C
    4 LETRA:D

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  3. manuel da costa dantas
    1 LETRA:B
    2 LETRA:A
    3 LETRA:C
    4 LETRA:D

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